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  • Leptospirose causa temor no RS após as enchentes, entenda mais sobre a doença


  • Após as enchentes no RS, estado teve as primeiras mortes pela doença, transmitida principalmente pelo contato com água ou lama contaminada com urina de ratos.

Apenas pouco mais de três semanas do início das chuvas que alagaram o Rio Grande do Sul, o estado já registrou as primeiras mortes por leptospirose.

A doença infecciosa geralmente transmitida pela urina de ratos causou a morte da primeira vítima, homem de 67 anos, foi confirmada na segunda-feira (20), três dias depois do óbito e oito dias após o registro dos primeiros sintomas, informaram as autoridades gaúchas.

Apesar da leptospirose ser considerada endêmica no estado, em circulação sistemática no ambiente, episódios como alagamentos aumentam o risco de infecção.

Anteriormente a essa catástrofe climática que ocorreu no estado, dados do Ministério da Saúde contabilizavam, no período de 1º de janeiro até 17 de abril deste ano, 129 casos da doença e seis mortes. Em 2023, foram 477 casos e 25 mortes.

O que é a leptospirose? Como ela é transmitida?

A leptospirose é uma doença infecciosa causada pela Leptospira interrogans, transmitida por meio da exposição direta ou indireta à urina de animais infectados, na maioria dos casos, roedores.

Quando ocorre enchentes e inundações, a urina dos ratos, presente em esgotos e bueiros, mistura-se à enxurrada e à lama das enchentes. 

A pessoa que tiver contato com a água das chuvas ou lama contaminadas poderá se infectar. A bactéria presente na água penetra o corpo humano pela pele ou mucosa.

Outros animais como bovinos, suínos e cães também podem adoecer e transmitir a leptospirose aos humanos.

Na maioria das vezes a leptospirose pode ser assintomática, o quadro da doença pode evoluir e causar a falência de órgãos. 

De acordo com o Ministério da Saúde, a doença apresenta uma letalidade média de 9%.

Sintomas da doença e o que fazer quando ocorrer suspeita

Os principais sintomas são:

-febre,

-dores musculares (principalmente na panturrilha),

-dor de cabeça,

-fraqueza,

-calafrios,

-vômito e

-diarreia.

Nos casos mais graves geralmente aparece icterícia (coloração amarelada da pele e dos olhos). Pessoas infectados também podem apresentar hemorragias, meningite, insuficiência renal, hepática e respiratória, que podem levar à morte.

Os sintomas aparecem normalmente de cinco a 14 dias após a contaminação ou, eventualmente, em até 30 dias.

O alto risco de contágio por conta das enchentes, a orientação das autoridades gaúchas é buscar atendimento médico imediato já nos primeiros sintomas e relatar se teve contato com alagamentos.

Em casos suspeitos nas áreas que foram alagadas devem iniciar tratamento imediato com antibióticos e supervisão médica e também realizar um exame a partir do sétimo dia do início dos sintomas para a confirmação se, trata-se de leptospirose.

Tratamento

O tratamento da infecção é realizado com antibióticos, cuja eficácia costuma ser maior na primeira semana do início dos sintomas.

Em casos leves, o atendimento é ambulatorial. 

Segundo a Secretária de Saúde do RS, a hospitalização deve ser imediata, nos casos mais graves, para evitar complicações e diminuir o risco de morte. 

Pacientes não podem se medicar por conta própria, sem a supervisão de um profissional de saúde.