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Leptospirose causa temor no RS após as enchentes, entenda mais sobre a doença
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Após as enchentes no RS, estado teve as primeiras mortes pela doença, transmitida principalmente pelo contato com água ou lama contaminada com urina de ratos.
- Por Camilla Ribeiro
- 21/05/2024 21h17 - Atualizado há 6 meses
Apenas pouco mais de três semanas do início das chuvas que alagaram o Rio Grande do Sul, o estado já registrou as primeiras mortes por leptospirose.
A doença infecciosa geralmente transmitida pela urina de ratos causou a morte da primeira vítima, homem de 67 anos, foi confirmada na segunda-feira (20), três dias depois do óbito e oito dias após o registro dos primeiros sintomas, informaram as autoridades gaúchas.
Apesar da leptospirose ser considerada endêmica no estado, em circulação sistemática no ambiente, episódios como alagamentos aumentam o risco de infecção.
Anteriormente a essa catástrofe climática que ocorreu no estado, dados do Ministério da Saúde contabilizavam, no período de 1º de janeiro até 17 de abril deste ano, 129 casos da doença e seis mortes. Em 2023, foram 477 casos e 25 mortes.
O que é a leptospirose? Como ela é transmitida?
A leptospirose é uma doença infecciosa causada pela Leptospira interrogans, transmitida por meio da exposição direta ou indireta à urina de animais infectados, na maioria dos casos, roedores.
Quando ocorre enchentes e inundações, a urina dos ratos, presente em esgotos e bueiros, mistura-se à enxurrada e à lama das enchentes.
A pessoa que tiver contato com a água das chuvas ou lama contaminadas poderá se infectar. A bactéria presente na água penetra o corpo humano pela pele ou mucosa.
Outros animais como bovinos, suínos e cães também podem adoecer e transmitir a leptospirose aos humanos.
Na maioria das vezes a leptospirose pode ser assintomática, o quadro da doença pode evoluir e causar a falência de órgãos.
De acordo com o Ministério da Saúde, a doença apresenta uma letalidade média de 9%.
Sintomas da doença e o que fazer quando ocorrer suspeita
Os principais sintomas são:
-febre,
-dores musculares (principalmente na panturrilha),
-dor de cabeça,
-fraqueza,
-calafrios,
-vômito e
-diarreia.
Nos casos mais graves geralmente aparece icterícia (coloração amarelada da pele e dos olhos). Pessoas infectados também podem apresentar hemorragias, meningite, insuficiência renal, hepática e respiratória, que podem levar à morte.
Os sintomas aparecem normalmente de cinco a 14 dias após a contaminação ou, eventualmente, em até 30 dias.
O alto risco de contágio por conta das enchentes, a orientação das autoridades gaúchas é buscar atendimento médico imediato já nos primeiros sintomas e relatar se teve contato com alagamentos.
Em casos suspeitos nas áreas que foram alagadas devem iniciar tratamento imediato com antibióticos e supervisão médica e também realizar um exame a partir do sétimo dia do início dos sintomas para a confirmação se, trata-se de leptospirose.
Tratamento
O tratamento da infecção é realizado com antibióticos, cuja eficácia costuma ser maior na primeira semana do início dos sintomas.
Em casos leves, o atendimento é ambulatorial.
Segundo a Secretária de Saúde do RS, a hospitalização deve ser imediata, nos casos mais graves, para evitar complicações e diminuir o risco de morte.
Pacientes não podem se medicar por conta própria, sem a supervisão de um profissional de saúde.